Exercício 1: Circunstância.
Não estava limpo, nem sujo. Sua barba
ainda por fazer lhe trazia um ar de... Seu perfume era bom, mas se misturava
com o odor de álcool que ainda exalava de seu corpo. Havia bebido muito na
noite anterior, mas o estranho que ele não era beber.
Sua cabeça doía. Principalmente quando
a luz das oito da manhã batia com intensidade em seu rosto. Os óculos escuros
que usava, não protegiam totalmente seus olhos que lacrimejavam e se fechavam
imediatamente com o contato dos raios do sol, o quê o fazia cambalear.
Magro, alto. Meio limpo, meio sujo
cambaleando e com um delicado perfume misturado ao álcool saiu do metrô, da
estação Central. Com seu andar vacilante ia em direção à Rua da Bahia, e
naquele ambiente meio limpo meio sujo e com cheiro de álcool, mijo, cigarro,
escarro... se misturava a ele, mesmo achando estranho tudo aquilo.
Continuava subir a Bahia, algumas
pessoas olhavam com certa indiferença, outras atravessavam a rua. Ele tentava
levantar a cabeça, mas não podia, o sol estava cada vez mais forte, no entanto,
sua cabeça doía uma pouco menos.
Chegando à esquina do edifício Maleta,
olhou. Aquele prédio, cheio de bares, todo cinza... sentiu um asco, seu
estômago embrulhou e se curvou ainda mais. Ele já não sabia se curvava do
estômago ou de nojo de si. E então pensou se deveria voltar pra casa ou descer
a Augusto de Lima.
Desceu. E no elevador do prédio em que
faria um curso tirou os óculos de sol e olhou para o espelho. Até então, não
tinha se atinado para o quanto estava deprimente. Respirou. Não foi uma
respiração funda, mas ... calma. E seus olhos estavam fixos no espelho como se
tentando encontrar alguma coisa dentro de si para responder àquele estado.
Chegando ao andar, entrou
discretamente no ambiente do curso. Algumas pessoas perceberam sua presença
outras não. Sentou-se no fundo da sala. E lá sua mente caminhava entre
distrações e explicações do orador, que falava algo que parecia ser importante,
mas cansado não conseguia compreender muito bem.
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